Bienvenidos a este, un espacio didáctico multilingüe sobre la Tuba y el Bombardino.

Espero y deseo que encuentren lo que buscan y les ayude en sus intereses sobre nuestro excelente instrumento.

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SOBRE MÍ

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PhD "Cum Laude" en Patrimonio Artístico y Cultural (UCO, UJA, UHU y UEX). Artista/Embajador “Wessex” y “Mercer&Barker".“Profesor Superior de Tuba” (RCSM de Madrid.España)). “Instrumentista/Profesor de Tuba y Práctica de Conjunto” (ENA/Cuba).Miembro de I.T.E.A., AETYB y UNEAC. Director Máster Pedagogía Instrumental (UAX)/// PhD "Cum Laude" in Artistic and Cultural Heritage (UCO, UJA, UHU and UEX). Artist/Ambassador "Wessex" and "Mercer&Barker". "Profesor Superior de Tuba" (RCSM de Madrid.Spain)). "Instrumentalist/Teacher of Tuba and Ensemble Practice (ENA/Cuba), Member of I.T.E.A., AETYB and UNEAC. Director Master in Instrumental Pedagogy (UAX).
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viernes, 12 de febrero de 2021

"ENTRE TUBAS Y BOMBARDINOS...RICARDO CARVALHOSO"



Olá a todos, é para mim um prazer e uma honra trazer-vos esta entrevista com um dos tubistas mais conceituados portugueses e agradeço-lhe a sua sincera amizade e a sua colaboração neste projecto de entrevista.

Em 2008, após concluir a licenciatura na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto, inicia a sua pós-graduação na Universidade das Artes de Zurique que culmina com um mestrado em performance musical e um diploma solista. Atualmente é membro da Orquestra Filarmónica de Munique. 

A sua carreira destaca-se também pela obtenção de vários prémios em concursos como o Prémio Jovens Músicos, o Concurso Internacional de Metais do Vale d’Aosta e o Concurso Internacional de Tuba de Ville d’Avray. Foi ainda membro das orquestras da Ópera de Nice e da Ópera de Zurique entre 2012 e 2017.

Sem mais demoras, vamos começar.

· Nome e Sobrenome: Ricardo Carvalhoso


· Que instrumentos usas? 

Tuba em Fá, Tuba em Dó, Barítono em Si bemol

· Que marcas e modelos de instrumentos usas? 

Yamaha YFB-822S, Yamaha YCB-826S, Baritone-Tuba Alexander mod. 151

· Que marcas e modelos de bocais usas?

 Volare F-Solo, Laskey 30H


Vamos falar sobre a sua EDUCAÇÃO:

· Quando e onde iniciaste os teus estudos musicais?

Em Setembro de 2000, na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo.

· Com que idade?

14

· Quais foram as razões ou circunstâncias que te levaram a estudar este instrumento?

Numa idade mais jovem aprendi a tocar trompete e mais tarde quando a trompete me começou a parecer demasiado pequena decidi experimentar a tuba. Não me arrependo! 😊

· Quem foram os teus professores?

Juan Carlos Diaz, Chris Lee, Eduardo Nogueroles, Sérgio Carolino e Anne Jelle Visser


Em relação à tua vasta experiência profissional:

Por favor, conta-nos a tua experiência como solista, membro de grupos de câmara, orquestra, banda etc.

· Em Orquestra e / ou Banda: 

Orquestra Filarmónica de Nice, Orquestra da Opera de Zurique, Orquestra Filarmónica de Munique

· Grupos de metais: 

Blechschaden

· Concertos como Solista: 

Concerto para Tuba e Orquestra de R. V. Williams com a Orquestra Filarmonica de Nice e o Maestro Walter Hilgers (2014)

· Conta-nos um pouco sobre a tua experiência e o impacto de teres ganho um lugar nu-ma orquestra alemã com uma Tuba Contrabaixo em Dó, num país onde ainda predo-mina o gosto pelo uso da Tuba Contrabaixo em Si bemol. 

A Orquestra Filarmónica de Munique é uma Orquestra com uma tradição particular no que diz respeito ao som que a caracteriza. O Tubista Tom Walsh, que me precedeu nesta Orquestra, tocou sempre Tuba Contrabaixo em Dó por mais de trinta anos, por isso eu não fiz nada de novo. Para além disso há algumas orquestras alemãs cujos tubistas usam também tubas con-trabaixo em Dó. 



· Que exercícios de aquecimento você costuma usar?

Notas longas, buzzing, escalas e arpejos, flexibilidade e articulação.


Tratando de outros tópicos de interesse.

Aqui na Espanha, em alguns centros de educação o Eufónio é considerado um instrumento que deve ter especialização própria, por outro lado, alguns acreditam que, como instrumentis-ta, deve-se conhecer e dominar tanto a Tuba como o Eufónio.

· Poderias nos dar a tua opinião e dizer como abordarias este tópico no interesse da edu-cação e da especialização necessária atualmente exigida em termos globais?  

Eu sou da opinião que o Eufónio é um instrumento único e que deve ser considerado uma especia-lidade e ensinado por eufonistas. O que não significa que os tubistas não possam tocar Eufónio e vice versa. Eu por exemplo utilizo um Barítono em Si bemol para determina-das situações.

· Como se encontra o ensino da tuba e do eufónio hoje e no futuro?

A tuba e o eufónio são instrumentos que tem muito potencial mas que precisam ainda de se afirmar no panorama musical. Felizmente a influencia de vários tubistas e eufo-nistas atuais está cada vez mais a convencer outros tipos de músicos e o publico em ge-ral.


A TUBA EM PORTUGAL.

· Como se encontra o ensino da tuba e do eufónio em Portugal hoje em dia?

Portugal tal com Espanha tem visto imensas revelações nos últimos anos no mundo da Tuba e do Eufónio, e acho que esta valorização dos nossos instrumentos vai continuar a crescer nos próximos anos.

· Poderias falar-nos sobre o futuro dos nossos instrumentos em Portugal?

Um dos fatores mais importantes para o futuro da tuba e eufónio em Portugal são as oportunidades de trabalho. Infelizmente continua a haver falta de postos profissionais onde músicos que tocam tuba e eufónio possam desenvolver as suas carreiras.

· Na tua opinião, quais são os maiores exponentes da Tuba e do Eufónio em Portugal? 

Tuba: Sérgio Carolino, Henrique Costa, Filipe Queirós – Eufónio: Ricardo Antão , Mauro Martins

· Qual tem sido o percurso do desenvolvimento dos "nossos instrumentos" na educação musical em Portugal? 

Portugal é um pais que cresceu muito rápido em relação ao ensi-no musical. Há 20 anos atrás ninguém diria que os músicos portugueses se iriam espa-lhar pelo mundo como é possível ver hoje em dia. A iniciativa de estudar música no es-trangeiro deixou de ser tabu e obstáculo financeiro para a maioria dos músicos em Por-tugal e os resultados disso estão á vista.




Vamos falar sobre a tua EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA:

· Diz-nos em que centros de ensino deste aulas (como professor em período integral, pro-fessor visitante, cursos, master classes etc.) 

Masterclasses em Universidades de Musica: Porto, Castelo Branco, Lisboa, Zurique, Nuremberg, Bolzano, Viena.

· Como organizas as tuas aulas e o tópico em geral?

Ouvir cada aluno individualmente significa que não há uma forma só de ensinar. O importante é melhorar o produto final, dar motivação ao aluno e ajuda-lo a desenvol-ver-se a longo prazo.

· Quanto tempo duram as suas aulas?

Depende, é muito individual. Mas em media podem demorar entre 1h30 e 2h.

· Achas importante que o aluno faça apresentações públicas durante os anos de forma-ção? Em caso afirmativo, diz-nos com que regularidade e com que idade ou grau. Ele-mentar, Profissional, Superior?

Sim é recomendável fazer audições com frequência e gravar sempre para ouvir mais tarde e analisar. No entanto em idades jovens não de-vemos esquecer que tocar uma audição deve ser algo divertido em primeiro lugar e não uma causa de stress.


Uma parte importante do ensino dos nosso instrumentos é padronizada e baseia-se na ideia de que o aluno deve dominar o repertório solístico, às vezes em detrimento do repertório de gran-des grupos (orquestra e banda), quando na verdade a maioria dos estudantes de Tuba e Eu-fónio serão no futuro professores, membros de uma banda ou de uma orquestra.

· Na tua opinião, como é que esse problema deve ser tratado? Qual a importância de in-cluir a aprendizagem e o domínio do repertório orquestral como parte curricular?

É importante encontrar um equilíbrio entre repertório solístico, repertório orquestral e música de camara. No entanto cada um deve ter a liberdade de escolher aquilo que gos-ta mais de tocar. Todas universidades deveriam ter vertentes de estudo nas quais um aluno se possa especializar num tipo de repertório, seja orquestra, solista, música de camera ou pedagogia.

· Que aspetos valorizas mais na apresentação de um aluno nas tuas aulas? Musicalidade, afinação, ritmo, ...? 

Para mim a sonoridade é o elemento que mais caracteriza o nosso instrumento na maioria das ocasiões. Musicalidade e afinação são também muito importantes.

· Se tivesses de escolher (hipoteticamente), entre um aluno de Tuba ou um de Eufónio? 

Tuba, mas prefiro alunos interessados em música. 😊


FALANDO SOBRE QUESTÕES TÉCNICAS:

· Qual é a tua opinião sobre os diferentes conceitos de som e respetivas características tais como: articulação, tipos de instrumentos, literatura? Achas que a influência de uma determinada “escola” ou tradição musical no som e na performance é considerada importante? 

Eu acho que o conceito e tradição de uma determinada escola de som ou linguagem é uma questão de opinião pessoal. Um músico deve procurar criar o seu próprio conceito mesmo que esse conceito seja baseado nalguma escola ou tradição já existente e categorizada.

· Conta-nos um pouco sobre a construção de tubas, eufónios e bocais, e conta-nos as tuas experiências com e preferências por alguma marca específica. 

Tenho muito pouco a dizer sobre este tema. Tento ser o mais prático possível e uso material com o qual me identifico e que resulta para mim. 


PARA TERMINAR:

· Na tua experiência, achas que a diversidade de intérpretes, instrumentos e a oportunidade de treinar em várias escolas especializadas está sendo homogeneizada nos centros interpretativos já estabelecidos? (Exemplo: russo, americano, alemão-austríaco, inglês etc.). 

Sim, a globalização também existe na música. Nem todas as tradições sobrevivem à globalização mas em contrapartida a vantagem é que estamos a evoluir quando vemos algo novo e somos capazes de assimilar e integrar isso na nossa forma de tocar.


Ricardo, um prazer e uma honra contar com a tua amizade, experiência e colaboração nesta série de entrevistas.

Muito obrigado.

Um abraço forte.